quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A força das redes sociais no exercício da cidadania

Alguém duvida da força que as redes sociais têm no exercício da cidadania? Aos que ainda não refletiram sobre o tema, sugiro que o façam.

Durante muito tempo denuncias contra autoridades se perderam no ar, porque o grande problema está na prova do ato ou fato ilegal, que sempre foi difícil de ser produzida. Outro obstáculo sempre foi a propagação e difusão da idéia. Isto porque normalmente as denúncias sempre foram “abafadas” pelos potenciais acusados.

Atualmente, a realidade é diferente. Os smartphones permitem o registro em foto ou vídeo, ainda que de forma amadora, daquilo que testemunhamos no decorrer dos nossos dias. Basta um clique para registrar um fato imoral ou ilegal que nos chame a atenção. Em seguida, é só postas nas redes sociais e pronto: a bomba está lançada.

Mesmo sem registro em foto ou vídeo, uma simples idéia pode ser compartilhada nas redes sociais, onde serão lidas, re-lidas e compartilhadas por muitas pessoas.

O mais importante disso tudo é que muita gente já está conectadas à essas redes; pessoas físicas, instituições, empresas, governos, órgãos públicos. Alguém sempre está “ligado” nos posts, por mais ingênuo que ele possa parecer. Alguém dará um RT (retwit), “compartilhar” ou um “curtir” nele.

Um bom exemplo disto pode ser visto no facebook e no twitter. Basta postar, twitar, curtir, compartilhar, retwitar (RT).

Nesse novo contexto, a sociedade se comunica rapidamente. Informações, registros e idéias são trocadas facilmente. A pressão popular se instaura em segundos. Aí as autoridades são forçadas a se manifestar e agir.

É uma nova forma de exercer a cidadania. Por isso é que sou cada vez mais fã das redes sociais, fazendo delas um uso cidadão.

L. Gustavo Carvalho
@lg_carvalho

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Para a administração pública, o que é mais vantajoso: comprar carros ou alugar tantos quanto precisa?

Muitos argumentos podem ser suscitados na defesa de ambas as posições, mas quero aqui registrar uma perspectiva por mim testemunhada e que parece muito bem sucedida.

Estive recentemente em Manaus e verifiquei que o governo do Amazonas não possui frota própria. Os carros são todos alugados, por meio de contratos firmados com particulares após a conclusão de processos licitatórios.

A justificativa é a seguinte: com o aluguel, a frota é sempre renovada e os carros são sempre novos. A manutenção e o combustível ficam por conta dos locadores. Logo, o governo não precisa fazer licitação para o serviço de manutenção, nem fornecimento de peças ou combustível.

Assim, quando um veículo está danificado, o locador rapidamente o substitui. Também não há problemas de falta de combustível. É o que ocorre com os carros utilizados pela polícia (militar e civil), bombeiros, ambulâncias, etc.

A realidade das administrações públicas que possuem sua própria frota é bem diferente disso. Os carros são velhos. Os reparos demoram. Falta combustível. É que os processos licitatórios respectivos não andam ou são inadequados.

O governo do Amazonas, exemplificativamente, eliminou esses problemas. Também afastou possíveis ilegalidades, muito comuns nesse tipo de contratação (manutenção de veículos, fornecimento de peças e combustível).

Gasta-se um pouco mais, sob uma certa perspectiva, mas há substancial ganho em eficiência, como manda a Constituição Federal (caput do art. 37). Então, em verdade, a sociedade ganha.

Fica a dica, especialmente para as prefeituras ...

L. Gustavo Carvalho
@lg_carvalho

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O moralismo a serviço da imoralidade

Dias atrás vi o Ciro Gomes dando uma entrevista no programa “É notícia” da Rede TV, apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar. Excelente entrevista!!!

Fiquei espantando com a tranqüilidade do Ciro ao dizer que no “cafezinho” do Congresso Nacional todos sabem quem são os políticos corruptos e quais as suas “maracutaias”. O problema está na prova. E quando a imprensa descobre algo interessante – uma suposta prova – aí surge um “prato cheio” para os adversários do denunciado. E se o denunciado for da base do governo, aí vem logo a tropa de elite do PSDB e do DEM (Arthur Virgílio, ACM Neto, etc), com munição pesada, pra dar entrevistas, exigir a abertura de CPI, etc.

Não sou contrário à investigação de denúncias. Eles são imprescindíveis. O problema está no “moralismo” desses sujeitos, a favor da sua imoralidade.

O que o Ciro Gomes deixou claro, e acredito nisto, é que a intenção por trás desse “moralismo” não é a de buscar a verdade e punir os possíveis corruptos, mas sim chantagear o governo para proteger e prestigiar os feudos políticos com cargos, como também conseguir mais emendas parlamentares ($$$).

Não há santos ali.

L. Gustavo Carvalho
@lg_carvalho