domingo, 6 de maio de 2012

É preciso aprender a amar


Há alguns dias, uma amiga me incentivou a tentar escrever sobre temas mais sentimentais ao invés dos temas jurídicos. Aceitei o “desafio”. Aí vai o primeiro ...

É preciso aprender a amar

O que é o amor? É um sentimento? Não. É muito mais do que isso. Amar é uma conduta. É uma forma de se comportar perante o amado. É o jeito de ser e agir movido pelo sentimento chamado amor.

Muitos dizem amar, mas não tratam o amado realmente com amor. Logo, não amam realmente. É preciso aprender a amar, isto é, é preciso aprender a tratar o outro com amor.

Dizer que ama é importante, mas não suficiente. Querer e se permitir amar também é necessário. Mas, na verdade, amar é tratar o amado com respeito. É se preocupar e cuidar dele. É querer o seu bem e a sua felicidade. É compreendê-lo, aceitá-lo como ele é. É querer estar ao seu lado. É educá-lo, niná-lo, tocá-lo, ajudá-lo, incentivá-lo, aconselhá-lo, elogiá-lo, respeitar o seu espaço, dar-lhe afeto, colo e carinho. É estar disponível, perdoar, ser honesto e verdadeiro, fazer as críticas necessárias, e muito mais. Enfim, amar é toda essa entrega ao outro, por vontade própria e com satisfação, sem obrigação e sem anulação da própria vida.

Intuitivamente, muitos já nascem sabendo como agir assim. Muitos outros, como eu, vão aprendendo ao longo da vida, com as experiências vividas e as lições aprendidas, com os acertos e os erros cometidos, com os encantos e desencantos experimentados, com as alegrias e tristezas sentidas.

Arrisco dizer que, deixando de lado os que já nascem com tal intuição, aprende-se mais na dor e no caos do que com as experiências felizes e alegres. Não existe curso ou escola que ensine tais lições. A maturidade, acima de tudo, e o autoconhecimento são capazes de proporcionar esse aprendizado.

Aos 19 anos de idade, quando me tornei pai, por exemplo,  senti algo diferente e muito intenso. Era o amor incondicional fruto da paternidade. Mas, naquele momento, ainda não era capaz de realmente amar meu filho, pois não fazia a menor ideia de como agir, de como me comportar em relação a ele. Apanhei, sofri e chorei. Mas, com o passar do tempo, aprendi.

Para quem precisou ou ainda precisa aprender a amar, como eu, a vida é assim: no campo do amor, a dor precede o aprendizado. Intuitivamente ou não, a plenitude do amor verdadeiro depende do querer e do agir consciente. É o que tenho aprendido na vida e nas minhas sessões de análise (psicanálise).

L. Gustavo Carvalho

4 comentários:

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  2. É meu lindo... quem te viu quem te vê né? Acho que você amadureceu bastante desde a formatura. É muito bom saber que além de evoluir profissionalmente você se tornou um homem sensível e que tenta se conhecer e se aprimorar cada dia mais. beijo Déia

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  3. Eita Gustavo!!! Arrasou no texto!!! Isso quer dizer que estamos ficando velhinhos? Não!!! Velhos, nunca, mas experientes!!! A vida também tem me ensinado tanta coisa . . . Uma dessas coisas também é não exigir tanto do outro . . . Já sofri demais querendo que ajam como eu ajo em certas situações! Mas você está de parabéns pelo seu belo texto!!! Um abraço! Sandra "Mala"! rsrsrs

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  4. Gustavo....parabéns! Adorei o texto. Concordo integralmente, principalmente no 3º parágrafo quando você coloca a importância do "querer e se "permitir" amar alguém. Saber que existem homens, como você, que se preocupam em aprender a amar, buscar viver o amor (coisa que nós mulheres, fazemos há muito...eu diria... desde muito pequenas, quando brincamos de bonecas no "aprendizado do amor", da vida familiar e afetiva) nos sinaliza um começo de mudança muito positiva, que certamente resultará em uma melhora nas relações homem-mulher, principalmente,e também nas relações entre os pais e filhos e do homem com o resto do mundo. O caminho é este, sem dúvida. Parabéns!

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